sexta-feira, 28 de novembro de 2014






O Cavaquinho


O Cavaquinho é o mais popular dos instrumentos de cordas portugueses e também de mais reduzidas dimensões: tem cerca de 50 cm de comprimento e quatro cordas. Existem Cavaquinhos com 6 e 8 cordas (corda dupla).
É no Minho que ele aparece como espécie tipicamente popular, ligado às formas essenciais da música característica dessa província com carácter exclusivo, acentuadamente lúdico e festivo.
Toca-se geralmente de "rasgado", como instrumento harmónico para acompanhamento de cantares e danças, ou associado à Viola e outros instrumentos.
Na região, o Cavaquinho alterna com a Rabeca Chuleira as funções de instrumento agudo, com o seu tom vibrante e saltitante, próprio para acompanhar "viras", "chulas", "canas-verdes", "malhões", etc.
Uma outra técnica de tocar o Cavaquinho é o “ponteado”, onde o seu tocador executa simplesmente a melodia.
Da região de Braga terá sido levado para as ilhas da Madeira e dos Açores. Na Madeira, “o Braguinha”, como é conhecido, terá acompanhado os emigrantes do século XIX para as ilhas Hawaii, onde logo se popularizou com o nome de Ukulele, que quer dizer "pulga saltadora".
O Cavaquinho existe também no Brasil onde tem uma grande popularidade, em Cabo-Verde e na Indonésia.
O Cavaquinho é um cordofone com origem, talvez, nos tetracórdios helénicos, com 4 cordas e diversas afinações que dependem da música e do músico.
Em Portugal, existem dois tipos de Cavaquinhos, embora possamos incluir um terceiro, bastante raro, o Cavaquinho do Sul, também conhecido por Guitarrilho, instrumento de luxo, sempre bem decorado com madrepérolas.
Voltando aos tipos mais conhecidos, o de Braga e o de Lisboa, eles são instrumentos com características bem diferentes. O Minhoto com a escala rasante ao tampo e por isso sem divisões de escala sobre o mesmo e o de Lisboa com escala sobreposta, onde esta se prolonga até à “boca ou abertura musical”. A tradição de construção de Cavaquinhos está mais enraizada no norte de Portugal, dependendo o seu preço da qualidade da madeira e dos requintes de acabamento.

Muitas são as afinações dadas a este instrumento.
As mais frequentes são: Mi, Dó #, Lá, Lá e Ré, Si, Sol, Sol.
Para o Braguinha da Madeira a afinação mais comum é Ré, Si, Sol, Ré (grave em bordão).

As afinações são dadas sempre do agudo para o grave.
Para a afinação: Mi, Dó #, Lá, Lá ou Ré, Si, Sol, Sol, devem-se utilizar os seguintes calibres de cordas:

1ª Corda – afina em Mi ou Ré (0,23 mm, carrinho Nº 10)
2ª Corda – afina em Dó # ou Si (0,25 mm, carrinho Nº 9)
3ª/4ª Cordas – afinam em  ou Sol (0,30 mm, carrinho Nº6)

José Lúcio Ribeiro de Almeida

Uma Canção por Dia - D' ONDE VENS,Ó ANA? - Alentejo











– D'onde vens, ó Ana?
– Venho da junqueira.
– Cheira-me o teu lenço, ó Ana,
À flor de laranjeira.

À flor de laranjeira,
À flor do alecrim;
Diz-me de onde vens, ó Ana?
– Eu venho do jardim.

[instrumental]

– D'onde vens, ó Ana?
Lenço na cintura,
Não conheço andar tão firme
Com tanta formosura.

Com tanta formosura
Só os anjos do Céu;
Diz-me de onde vens, ó Ana?
És minha e eu sou teu.

[instrumental]

D'onde vens, ó Ana?
Há tanto nevoeiro!
– Venho de lavar a roupa,
Eu venho do ribeiro.

Eu venho do ribeiro
E estou tão cansada!
– Fica tu comigo, ó Ana,
Minha rosa amada!

D'onde vens, ó Ana?

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O CANTE NOS CAMPOS DO SUL
Fonte: http://cantoresintervencao.com.sapo.pt/ERAPOSO_OcantoeoCante.pdf
Paralelamente a toda a ruralidade, embora parcialmente urbanizada,
que “alimentou” e onde o Canto de Intervenção sempre foi “beber”e, de alguma
forma a Nova M P P, manteve-se quase intacta nos campos do Sul, essa forma
polifónica pura que é Cante. E se a sua origem se perde na noite dos tempos
com tantas similitudes na Córsega e no Magrebe, o Cante atravessa diacronicamente
a História e depois de estar vedado temporariamente às mulheres,
salvo raras excepções, quando se mudou da ceifa para a taberna -com a
mecanização agrícola, no consulado salazarista-, posteriormente a mulher
recuperou o seu direito próprio de cantar em público com o surgimento dos
grupos corais femininos.
A mulher alentejana, tal como o homem, é contemplativa, vive com
dignidade e morre de pé, até porque o doce sabor agreste da planície não lhe
deixa outra alternativa. O Cante, tal como o foi o Canto de Intervenção, foi e
é, por excelência, uma forma de resistência ao poder. Senão vejamos este
exemplo, uma adaptação popular de Francisco Naia: Mas que linda comitiva/
Vejo na rua a passar/ São os nossos governantes/ Que nos vêm a visitar/ Têm
jeito no vestir/ E bons modos no falar/ Mas aquilo que prometem/ Não os
vemos a realizar. O Cante, é uma polifonia simples, a duas vozes paralelas, à
terceira superior. Como polifonia, situamo-la na época em que esta tinha o
principal lugar na música, toda ela vocal, a que se deu o nome de Milénio
vocal, uma polifonia sem instrumentos”, como nos diz o Padre Marvão31.
Ainda segundo o mesmo investigador, em algumas das modas que compõem
o Cante sobressaem dois sistemas musicais, inteiramente distintos, que são:
“o sistema modal, em uso durante toda a Idade Média, e o sistema tonal, já
fruto do Renascimento. O sistema modal grego, adaptado e modificado por
S. Gregório, era composto dos modos Dórico, Frígio, Lídio, Mixolídio e Eólio.
Os modos gregos tinham também sete notas, cujos tons variavam na escala,
ao contrário das nossas escalas, cujas melodias giram em volta da tónica ou
da super-dominante, segundo o tom é maior ou menor”32. Mas se a definição
de Cante não gera polémicas, a sua origem, essa é alvo de acesas discussões,
desde o autor referido a defender o seu nascimento nas escolas de polifonia
clássica do século XV, de Évora, frequentada pelos monges de Serra de Ossa,
que se estabeleceram em Serpa, mas que é contra-posto por outros investigadores
e cantores/músicos (Jorge Raposo, José Orta, Francisco Fanhais, etc.)
devido à não existência de indícios históricos do uso do Fabordão na referido

Escola de Música da Sé de Évora. A relação com os cantos árabes, defendida
por outros é posta em causa por terceiros com o argumento que o cancioneiro
tradicional do Magrebe não tem uma estrutura polifónica. O que é certo é que
o Cante, com um percurso que o próprio Estado Novo tentou utilizar para a
sua “Política de Espiríto”, manteve as suas características essenciais de pureza
e de ruralidade, uma temática onde por orden decrescente surgem o Amor,
a Natureza e o Trabalho, e hoje, em tempos de mudança, os cantadores estão
inclusive organizados na MODA -Associação do Cante, onde através da pesquisa
tentam preservar a pureza e a dignidade do Cante, condenando a sua
adulteração e entoando as modas do Cancioneiro Tradicional.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Uma Canção por Dia 25/11 MALHÃO DE ÁGUEDA Beira Litoral

Ó malhão, triste malhão (bis)
Ó lindinho!
Triste vida, quem te dá?
Não hei de casar contigo (bis)
Ó lindinho!
Nem te hei de deixar casar!

Ó malhão, triste malhão (bis)
Ai, tão linda!
Ó, malhão, triste coitado!
Por causa de ti, malhão (bis)
Ai, lindinha
Ando triste, apaixonado!

Ó minha menina, não vamos chorar (bis)
Hás de ter amor
E sabê-los amar
Uma, duas, três e vira (bis)
Ai, que lindo!
Viva quem dança o malhão!

Viva quem há de subir (bis)
Ai, que lindo!
D´alferes a capitão!
Ai, minha menina(bis)
Eu hei de te amar

Quando truvisquinho deixar de amargar!

Uma Canção por Dia 24/11 AS ARMAS DO MEU ADUFE Beira Baixa


as armas do meu adufe
as armas do meu adufe
são de pau de laranjeira

são de pau de laranjeira

quem quiser tocar com ele
quem quiser tocar com ele
há-de ter a mão ligeira
há-de ter a mão ligeira

o Rosmaninhal se queixa
de não ter moças formosas
subam lá cima à Idanha
que até as silvas dão rosas


domingo, 23 de novembro de 2014

Um instrumento por Semana - ADUFE

Breve história do adufe



Fonte: http://www.falamedemusica.net/Adufe.php?lang=pt

De acordo com testemunhos o Adufe foi conhecido na civilização da Mesopotâmia, do Egipto, de Roma e no mundo pré-islâmico.
Na Península Ibérica, a sua introdução terá ocorrido através dos árabes, nos séculos VIII ou IX.
É tradicionalmente tocado por mulheres.
Era usado em Portugal desde Trás-os-Montes até ao Alentejo em zonas pastoris.
Todavia, ainda hoje é tocado nas romarias da Beira Baixa, nomeadamente, em actividades religiosas de maior destaque como é o caso da romaria da Senhora do Almortão, principal centro difusor do adufe em toda a província.
Não é conhecido nenhum outro lugar onde o adufe tenha mantido a sua inegável importância como instrumento de reconhecido arcaísmo e relevo na panorâmica da história da música popular portuguesa.
Face à lamentável decadência dos instrumentos musicais populares portugueses a romaria da Senhora do Almortão representa, actualmente, um raro momento digno de atenção.
Todos nós continuamos à espera que surja mais gente culta nesta área que, com inteligência útil e disponível faça chegar, principalmente às escolas, programas, publicações, notícias e eventos sobre o adufe e outros instrumentos populares portugueses susceptíveis de estabelecer canais de comunicação que proporcionem experiências, emoções e apreço pela nossa história e cultura musical.
É no âmbito da educação pela arte que se podem despertar sensibilidades para a formação de músicos, musicólogos e públicos.
Cada cidadão tem que sentir que pertence a um País com história.
São poucos os que preservam a arte da construção manual de adufes. Também não existe outra...
Graças à dedicação, entusiasmo e dinâmica, José Relvas, um dos raros e talvez dos últimos profundos conhecedores e construtores de adufes, em Idanha-a-Nova e no País, a construção mantém-se.
Os antigos construtores não faziam só adufes, mas também albardas, bornis e cabrestos.
As peles dos adufes são de ovelha ou de cabra.
Antes da aplicação são colocadas de molho na água durante vinte e quatro horas.
Depois de verificada a sua condição levam uma matéria química para eliminação do pelo.
Seguidamente, ficam mais dois dias em água misturada com sulfureto de cobre e cal branca, para que a raiz dos pelos saia facilmente e o cheiro seja eliminado.
Na fase seguinte, as peles, ainda molhadas, são aplicadas na armação de madeira e seguidamente cosidas a toda a volta numa moldura quadrada de tábuas de pinho ou mogno previamente cortadas nas diferentes medidas.
Têm o nome de maravalhas os laços de ornamentação que são vulgarmente de sarja ou flanela. São cortados de acordo com a dimensão do adufe e colocados nos quatro cantos.
Os adufes usados para os grupos folclóricos têm 40 cm de lado. Não são medidas rigorosas, variam entre os 35 e os 50 cm.
No interior, antigamente, colocava-se areia, grãos de trigo ou guizos. Mais tarde, passaram a ser usadas caricas espalmadas.
Quando estive com José Relvas, ele disse-me ter encontrado guizos no interior dum adufe construído há mais de cem anos, e mostrou-mo!
Seria certamente interessante que em mais escolas os professores desenvolvessem actividades no âmbito da construção e da formação de grupos de percussão. Os alunos, depois, fazem o resto!

Urbano Oliveira

Uma Canção por Dia - CHÃO DE CENTEIO - Trás-os-Montes



Oh, que caminho tão longo,
Ai, que verde chão de centeio!
Quem tem um amor bonito
Ai, ri-se de quem o tem feio.

Ri-se de quem o tem feio,
Ai, ri-se de quem o não tem;
De toda a maneira ri-se...
Ai, mais vale não te

A laranja nasce verde,
Ai, com o tempo amadurou;
Meu coração nasceu livre
Ai, mas ao teu preso ficou.

Amor-perfeito não dura
Ai, nem nunca pode durar;
Eu tenho um amor perfeito
Ai, que dura até se acabar.

sábado, 22 de novembro de 2014

Uma Canção por dia 22/11 ROUXINOL REPENICA O CANTE - Alentejo - Vitorino



Rouxinol repenica o cante
E ao passar da passadeira
Nunca mais tornes a Beja (oh ai)
Sem passares à Vidigueira

Sem passares à Vidigueira
Sem ires beber ao Falcante
E ao passares a passadeira (oh ai)
Rouxinol repenica o cante

Eu gosto muito de ouvir
Cantar a quem aprendeu
Se houvera quem m'ensinara (oh ai)
Quem aprendia era eu

Rouxinol repenica o cante
Ao passar da passadeira
Nunca mais tornes a Beja (oh ai)
Sem passares à Vidigueira

Sem passares à Vidigueira
Sem ires beber ao Falcante
E ao passares da passadeira (oh ai)

Rouxinol repenica o cante

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Uma Canção por Dia - AS FREIRAS DE SANTA CLARA - Gaiteiros de Lisboa






"AsFreiras de Santa Clara" faz parte do albúm Sátiro dos Gaiteiros de Lisboa

A vida nos conventos e mosteiros até à expulsão das ordens religiosas em Portugal em 1834 estav profundamente marcad pelo facto destas instiruições religiosas fazerem parte da estrutura social de então,em que só os filhos mais velhos herdavam ficando os outros muito desamparados caso conseguissem "bons casamentos". A vida conventual era assim a saída para muitas pessoas. Por isso mesmo nem sempre, o modo de viverconventual, poderia estar de acordo com os príncípios que deveriam nortear a vida religiosa em comunidade pois as motivações iniciais de cada um nem sempre serias as mais adequadas. Por essa razão acabaram por se difundir em todo o país muitas histórias com carácter anedótico, às quais também não é alheio a própria propaganda política e ideológica da época,  ridicularizando frades e freiras e clérigos em geral, contribuindo para que na sociedade portuguesa se gerasse uma mentalidade anti-clérical embora profundamente religiosa que predura até hoje. Tudo isto deu origem a uma vasta literatura quer erudita quer popular de carácter stírico de que "As freiras de Santa Clara" são um excelente exemplo.


LETRA
As freiras de Santa Clara
Quando vão rezar ao coro
Dizem umas para as outras:
Quem me dera ter namoro!

Cebolório! Cebolório! Cebolório!

Bacalhau assado
Bacalhau cozido
Muito bem batido
Com seu dente d'alho


Resina pra tirar calos
Ora pro nobis

As freiras de Santa Clara
Quando vão rezar matinas
Dizem umas para as outras
Quem nos dera amar, meninas!

As freiras de Santa Clara
Quando vão tocar o sino
Dizem umas para as outras:
Quem me dera ter menino!

As freiras de Santa Clara
Andam numa roda viva
Ora no coro de baixo,
Ora no coro de riba.




quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Canção do Dia - MAÇADEIRAS DO MEU LINHO - Minho


O Linho

Depois do artigo sobre o linho veja também a letra da canção.






  Fonte:http://impressoeseintimidades.blogspot.pt/2006/03/o-linho.html

A preparação do linho era muito morosa, requerendo muito paciência e muito TRABALHO. Para começar, a planta donde se extraía o precioso material tinha se ser semeada em Outubro. Em Maio, com as plantas nascidas e crescidas era necessário mondá-las, ou seja, arrancar as ervas daninhas que se aproveitavam da humidade da terra e dos nutrientes destinados às outras para proliferar. Uma vez esta tarefa cumprida, livres as desejadas plantas para crescer e maturar sem competição, deixavam-se por mais dois meses entregues aos elementos e ao clima até serem arrancadas no mês de Julho. Depois de arrancadas, arranjavam-se as plantas em molhos que eram açoitados para se extraíam as semente. Depois disso eram transportados ao rio onde eram imersos em água corrente durante cinco dias. Decorrido esse tempo, retiravam-se e expunham-se ao sol por dois dias até estarem plenamente secos. Os corpos desidratados das plantas eram então pacientemente malhados com um instrumento de madeira (maçadouro), dilacerando os caules lenhosos e expondo o conteúdo fibroso. De seguida “espadava-se” a matéria obtida e o linho ficava em “estriga”. As “estrigas” eram então “assedadas” (cedadas?), numa operação em que era separada a estopa grossa do linho fino, fazendo passar várias vezes pequenas quantidades por um pente de metal (cedeiro). Finalmente, a matéria obtida desta operação estava pronta a ser fiada. Mas não terminava aqui a árdua preparação do linho. Depois de fiado, o linho era “ensarilhado” em meadas usando um argadilho e de seguida as ,eadas eram “empoetadas” com cinza. Esta operação consistia em colocar as meadas em camadas alternadas com cinza num caldeirão, cobrir de água a pilha e fazer ferver o linho. Após cozidas, as meadas tinham de ser lavadas e expostas ao sol até descorarem até ao tom desejado. Finalmente estava o linho pronto a ser dobado em novelos, e tecido. O espinhoso processo de obtenção do linho era aligeirado por algumas tradições que iam ocorrendo ao longo da preparação. As diversas tarefas eram efectuadas por bandos de moças. Quando o linho era mondado, os rapazes precaviam-se para não serem apanhados sós pelas raparigas. Se isso acontecesse, o pobre incauto sofria um atentado colectivo em que o grupo das moçoilas “contava os galhos” ao desgraçado. A enganadora expressão significava que o mancebo era imobilizado e os testículos tacteados. Se era uma OPORTUNIDADE para estabelecer a virilidade do efebo ou apenas uma pequena vingança feminina não sei. Mas por mais que a feminil ousadia pareça inócua, a verdade é que as castas jovens por vezes executavam a tarefa com um entusiasmo impetuoso que podia deixar o desacautelado macho muito doloroso por alguns dias. Quando as moças levavam o linho ao rio, os rapazes aproveitavam A OPORTUNIDADE para namoriscar, sufruindo do facto de as jovens estarem livres da feroz vigilância paternal mas ainda assim acompanhadas umas das outras para que a honra das ditas não fosse maculada.

Maçadeiras do meu linho

Maçadeiras do meu linho maçai o meu linho bem
Maçadeiras do meu linho maçai o meu linho bem
Ai maçai o meu linho bem maçai o meu linho bem

Não olheis para o portelo que a merenda já lá vem
Não olheis para o portelo que a merenda já lá vem
Ai que a merenda já lá vem que a merenda já lá vem

Fio linho fio estopa toda a casta do fiar
Fio linho fio estopa toda a casta do fiar
Ai toda a casta do fiar toda a casta do fiar

Fio corda de viola para o meu amor tocar
Fio corda de viola para o meu amor tocar
Ai para o meu amor tocar para o meu amor tocar

Ó minha mãe dos trabalhos para quem trabalho eu
Ó minha mãe dos trabalhos para quem trabalho eu
Ai para quem trabalho eu para quem trabalho eu

Trabalho mato o meu corpo não tenho nada de meu
Trabalho mato o meu corpo não tenho nada de meu
Ai não tenho nada de meu não tenho nada de meu