O poema A Nau Catrineta foi adoptado pelo grupo com o mesmo nome como hino. Depois do artigo leia também o poema. 
 Fonte:http://www.infopedia.pt/$a-nau-catrineta,2 
A Nau Catrineta é um poema romanceado por um anónimo, relativo às viagens para o Brasil ou para o Oriente. Segundo Almeida Garrett, o romance popular A Nau Catrineta terá sido baseado no episódio sobre o Naufrágio que passou Jorge de Albuquerque Coelho, vindo do Brasil, no ano de 1565, que integra aHistória Trágico-Marítima. Este poema, que Garrett incluiu no seu Romanceiro(1843-1851), foi bastante difundido pelos países setentrionais. 
Diz a lenda que decorria o ano de 1565 quando saiu de Pernambuco a nau "Santo António" com destino a Lisboa, levando a bordo Jorge de Albuquerque Coelho, filho do fundador daquela cidade. Pouco depois de deixarem terra, avistaram uma embarcação que vinha na sua direção e que identificaram como um navio corsário francês, que pilhava os barcos naquelas paragens. Dado o alerta, pouco adiantou desfraldarem todas as velas, pois o "Santo António" tinha os porões demasiado carregados. A abordagem dos corsários foi rápida e eficaz: a nau foi saqueada com todos os seus haveres e deixada à deriva no mar sob o sol escaldante. Os tripulantes mais fracos ou feridos em combate foram morrendo de sede e de escorbuto e os que iam sobrevivendo não esperavam melhor sorte. O desespero apoderou-se dos marinheiros e um deles cheio de fome tentou arrancar pedaços de carne de um companheiro moribundo. Alertados pelos gemidos do homem, acercaram-se dele todos os sobreviventes,  
uns, para evitarem a ação desesperada, e outros, para nela participarem. Os ânimos estavam já muito exaltados, quando a voz de Jorge de Albuquerque Coelho se levantou, aconselhando-lhes calma e apelando para a sua dignidade de homens. Os marinheiros serenaram, enquanto a nau continuava à deriva. Por fim, foi avistada terra portuguesa, onde todos foram acolhidos e tratados. Conta-se que, muitos anos depois, Jorge de Albuquerque Coelho, já de idade avançada, se sentava em frente ao mar rodeado de amigos para contar a sua história que começava assim: "Lá vem a nau Catrineta, que tem muito que contar. Ouvi, agora, senhores, uma história de pasmar...". 
Lá vem a Nau Catrineta, 
que tem muito que contar! Ouvide, agora, senhores, Uma história de pasmar." 
Passava mais de ano e dia, 
que iam na volta do mar. Já não tinham que comer, nem tão pouco que manjar. 
Já mataram o seu galo, 
que tinham para cantar. Já mataram o seu cão, que tinham para ladrar." 
Deitaram sola de molho, 
para o outro dia jantar. Mas a sola era tão rija, que a não puderam tragar." 
"Deitaram sortes ao fundo, 
qual se havia de matar. Logo a sorte foi cair no capitão general" 
- "Arriba,arriba marujo 
àquele mastro real, vê se vês terras de Espanha, ou praias de Portugal." 
- "Não vejo terras de Espanha, 
nem praias de Portugal. Vejo sete espadas nuas, que estão para te matar." 
- "Arriba, arriba, gajeiro, 
acima ao tope real! Olha se vês minhas terras, 
ou reinos de Portugal." 
"Alvíssaras, senhor alvissaras, 
meu capitão general!
Que eu já vejo tuas terras, 
e reinos de Portugal. 
Se não nos faltar o vento, 
a terra iremos jantar.
Lá vejo muitas ribeiras, 
lavadeiras a lavar; 
vejo muito forno aceso, 
padeiras a padejar,
e vejo muitos açougues, 
carniceiros a matar.
Também vejo três meninas, 
debaixo de um laranjal.A mais formosa de todas,
está no meio a chorar." 
- "Todas três são minhas filhas, 
Oh! quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas 
Contigo a hei-de casar" 
- "A vossa filha não quero, 
Que vos custou a criar.
Quero a Nau Catrineta, 
para nela navegar."  | 
-  
 | |||
Este é um espaço onde poderá acompanhar a actividade do Grupo de Musica Tradicional Portuguesa Nau Catrineta bem como ter acesso a outros conteúdos relativos a este tema
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Origem do Poema NAU CATRINETA
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)

passei pelo poema :)
ResponderEliminarabraço